Adaptação na escola: 12 dicas para passar pelo processo


Se o seu filho vai passar por adaptação escolar, seja pela primeira vez ou em uma nova instituição, quanto antes trabalhar isso, melhor – para ele e para você. Afinal, não dá para negar que é um momento delicado para toda a família. A criança, de repente, se vê no meio de pessoas estranhas e novas regras com as quais precisa conviver e os pais mal conseguem conter o pavor de imaginar seu “tesouro” sendo entregue aos cuidados dos educadores. A fase da preparação você já passou: pesquisou bastante, visitou diversas instituições e está seguro de sua escolha. No entanto, agora chegou a hora pra valer! Veja a seguir doze dicas para você e seu filho lidarem com a adaptação da melhor maneira possível.



1) Um pedacinho de casa

Primeiro dia no berçário. Não dá para dizer que, porque seu filho não fala, a adaptação será mais fácil. Até completar 9 meses, o bebê guarda as informações na mente por meio de registros emocionais – e uma experiência que não seja tranquila pode fazer com que ele tema a escola por muito tempo. Para evitar problemas, você precisa estar disponível para passar essa fase ao lado dele.

Levar itens que tenham o cheiro do quarto dele, por exemplo, também vai confortá-lo: pode ser a naninha ou o brinquedo do berço. Só não se esqueça de manter atenção especial ao comportamento do seu filho. Como ele não fala, você precisa perceber se está se alimentando e dormindo bem, brincando normalmente ou se está com doenças respiratórias. Esses são indicadores de que algo não vai bem. Caso isso aconteça, visite a escola para ver se estão mantendo a rotina e converse com a coordenação.

2) Envolva seu filho

Para a criança que precisará encarar a rotina de aulas pela primeira vez, uma boa maneira de introduzir o assunto é dizer que ela está crescendo e que, por isso, precisa de um espaço para brincar com outras crianças e aprender coisas novas. Levá-la para comprar os materiais escolares ajuda a prepará-la de uma forma estimulante. Para não ficar caro, dê oportunidades de escolha, como “este ou aquele lápis?” ou “qual mochila entre essas três é a melhor?”.

É preciso, porém, sensibilidade para perceber se essa participação está se transformando em ansiedade. Evite tocar muito no assunto e perguntar se ele já está preparado muito antes da hora. Se possível, leve-o para conhecer o colégio quando estiver mais perto do primeiro dia de aula.

3) Se prometer, cumpra

A semana de adaptação das crianças que nunca foram à escola é muito parecida na maioria delas. Os pais levam seus filhos por pequenos períodos de tempo, que ficam maiores conforme eles vão se acostumando com a ideia de estarem longe da família. Durante esse processo, é fundamental que a criança se sinta segura e perceba que está no meio de pessoas dignas de sua confiança. Mentir ou sair de fininho pode dificultar as coisas. Se você disser que estará esperando no pátio, faça exatamente isso. Os pais que não podem se ausentar do trabalho devem explicar ao chefe que estão passando por um momento delicado e pode ser que precisem sair às pressas em uma emergência.

4) Mantenha o equilíbrio entre aconchego e firmeza

Prepare-se, porque as primeiras semanas de adaptação deixarão a criança mais sensível. A mudança traz insegurança, medo, frustração, irritação, muitas vezes traduzidos pelo choro. Embora seja difícil ver tudo isso acontecer, pense que aprender a lidar com essas emoções é uma etapa importante do desenvolvimento. Blindar seu filho disso só o deixará frágil. Quando o choro aparecer, o melhor é reforçar que a escola é importante, que você sabe que ele está sofrendo, mas acredita que ele vai conseguir superar. É difícil para a criança e para você, mas é necessário firmeza. Sem esquecer que ela precisará muito do seu colo e da sua paciência. Afinal, momentos de separação nunca são fáceis. Foi isso que ajudou a assistente comercial Hanã Carreiro, 25 anos, quando a filha Izabelly, 3, foi para a escola pela primeira vez. Ela tinha 1 ano e meio e chorava muito, mesmo na semana de adaptação, com a mãe junto. Hanã chegou a levá-la dia sim, dia não para ver se a filha se acostumava aos poucos. Mas o que funcionou mesmo foi ter muita paciência e conversar com ela todos os dias, valorizando a escola. “No dia anterior sempre conversava e explicava que o papai ia buscá-la no fim da aula. Também procurei mostrar que ir para a escola era legal, com brincadeiras e novos amigos”, lembra.

5) Rotina adaptada

Ao começar a vida escolar, o dia a dia da criança muda completamente. Por isso, alguns ajustes podem ser necessários para que ela se adapte de forma mais tranquila. Quando a auxiliar de cabeleireiro Cintia Santos de Souza, 27 anos, colocou o filho Luiz Paulo, 3, na escola, passou por dias difíceis. Na época com 2 anos, o menino chorava a ponto de se jogar no chão toda vez que chegava lá, não aceitava ficar na sala e não comia.

Então, a professora ligou para Cintia e propôs uma mudança na rotina de Luiz, pois ele dormia e acordava tarde, ficando sem tempo para ir com calma para a escola. A mãe começou a fazer atividades com ele de manhã, depois, era hora de uma soneca, banho, almoço e, então, a ida para o colégio. “No primeiro dia que fiz isso ele já não chorou tanto e, quando cheguei pra buscá-lo, a professora disse que ele era outra criança. Depois de uma semana, não chorava nem chamava por mim”, lembra.

MUDANÇA DE ESCOLA

6) Mundo novo

Se o seu filho entrou com poucos meses no berçário, a mudança de colégio é como se fosse a primeira vez. Nesse caso, siga também todas as dicas dadas anteriormente. Para aquelas crianças que já estão adaptadas ao ambiente escolar, mas vão enfrentar uma “mudança de ares”, o processo costuma ser mais simples, mas isso não quer dizer que elas não precisem de atenção. A separação dos amigos, dos professores e até da sala de aula antiga costuma ser dolorosa e a integração a um novo grupo, muitas vezes já formado, é um desafio. Nesse caso, mais do que disponibilidade física, seu filho precisará de ajuda emocional.

Deixe claro para ele que o contato com os amigos antigos pode ser mantido. E ressalte, de forma positiva, que ele está tendo a oportunidade de ampliar sua rede de amizades e aprender coisas novas. Não se esqueça de perguntar como foi o dia na escola nova e o que você pode fazer para ajudá-lo a se integrar melhor.

7) Este é meu filho!

A adaptação com os professores também é fundamental, principalmente para que eles conheçam detalhes de saúde e comportamento do seu filho que só você pode contar, como o que ele tem mais resistência para comer, quais são seus medos e dificuldades.

Também é interessante pensar em formas de seu filho se apresentar aos colegas para facilitar o entrosamento, como aconteceu com Júlia Gravinan, 3 anos, que é muito tímida. Quando a família precisou mudar de Belém (PA) para São Paulo, a maior preocupação era a dificuldade de relacionamento que ela teria. Então, escola e mãe se uniram. Na primeira semana de aula, Júlia levou uma muda de açaí para que as outras crianças conhecessem algo típico da região de onde veio. Além disso, para que perdesse a timidez nas rodas de conversa, a família foi orientada a guardar lembranças do fim de semana para que Júlia pudesse compartilhar com os amigos. “Se íamos ao cinema, ela levava o ingresso para contar sobre o filme. Se viajávamos para a praia, levava uma conchinha. Em pouco tempo, estava mais falante”, relembra a mãe, a publicitária Roberta Gravinan, 35 anos.

8) Como vai ser?

Você pode contar para a criança o que ela vai encontrar lá na frente. Explique o que aprenderá durante o ano e, se possível, antecipe a turma com que seu filho vai conviver, apresentando alguns alunos antes mesmo de as aulas começarem – converse com a escola e proponha que ela ajude. Foi o que aconteceu com Lucas, 3 anos. Três meses antes de mudar de Chapecó (SC) para Botucatu (SP), a professora teve uma ótima ideia, como conta o pai Marcos Panhoza, 36. “O colégio de Chapecó fez uma aula só sobre Botucatu, mostrando para os alunos tudo o que a cidade tinha de interessante. Também pediram que a escola nova mandasse uma foto daquela que seria a nova sala do Lucas.” Assim, o menino já chegou mais enturmado e a adaptação ocorreu de forma tranquila.

A SUA PREPARAÇÃO

9) Não deixe a tristeza pegar você de surpresa

Talvez você sinta a dor da separação mais do que seu filho e isso vai causar tristeza. Por isso, esteja preparado para lidar com esse sentimento ou, pelo menos, aceitá-lo, como fez a advogada Priscila Westphal, 31 anos. Quando levou José Augusto, 2, à escola pela primeira vez, não se conteve na hora em que precisou deixá-lo chorando com a professora. “Desmoronei. Fui para a recepção e veio tanta culpa e dor que meu choro se tornou compulsivo.”

Foi só quando a professora disse que o menino se acalmou no instante em que a mãe virou as costas que ela parou para refletir: “Como assim ele está bem sem mim? Passei dois anos achando que era imprescindível na vida dele. Depois lembrei que estou criando um filho para o mundo e ‘para o mundo’ é, muitas vezes, longe de mim. É a escola da vida, né? Deixar ir e aproveitar o voltar!”, opina Priscila.

Por mais que você se prepare, talvez não esteja pronto quando chegar o momento. Mas vale tentar: antes do começo das aulas, deixe seu filho brincar com outras pessoas ou, se possível, leve-o para a casa da avó ou da tia e vá fazer algo de que goste. Assim, vocês dois vão treinando ficar longe um do outro.

10) Segurança na chegada

Despedir-se do filho na entrada da escola é um dos momentos mais difíceis na vida de uma mãe ou um pai. Se o filho vai para o berçário com poucos meses, a aflição é por deixar alguém tão pequeno e indefeso nos braços de um “estranho”. Se a criança já é um pouco maior, pode ser difícil por estar mais acostumada a ficar em casa ou porque parte o coração dos pais ouvir: “Não quero ir pra escola, quero ficar com você”. Sabemos que é uma missão difícil, mas, nessa hora, estufe o peito, não deixe que ela perceba a sua angústia e estimule que se sinta confiante e independente.

Caso o seu filho ainda não ande, passe-o para o colo da professora com um beijo, mas sem muita enrolação, pois o bebê também sente a sua insegurança. Se ele já for maior, incentive-o a entrar na escola caminhando e levando a própria mochila. Agora, se é você que não consegue se controlar na hora do adeus, considere pedir para que outra pessoa leve seu filho para a escola durante alguns dias. Com o tempo, você estará mais tranquilo e poderá assumir a função outra vez.

11) Procure distrações

Será que ele está bem? Está comendo direito? A professora vai ajudá-lo quando ele precisar? Passar o dia pensando nessas questões só vai deixá-lo com rugas de preocupação. Por isso, procure manter a cabeça ocupada no período em que ficará sozinho. Que tal aproveitar para marcar um almoço com aquele amigo que você não vê faz tempo? Se estiver difícil de lidar com a angústia, procure conversar com outros pais que já passaram por isso. Eles podem transmitir conforto.

12) Faça parte da turma

Não é somente o seu filho que precisará passar por adaptação. Você também terá uma fase de integração com os novos pais e professores – e é importante estabelecer esse vínculo logo no início. Participe das atividades propostas pelo colégio, procure ir aos eventos sociais, como aniversários dos colegas, organize com outros pais piqueniques ou passeios, como uma ida ao teatro. Lidar com as diferenças e ressaltar a importância do convívio social são boas maneiras de dar o exemplo. E estabelecer esse contato é uma forma de incentivá-lo ainda mais a se abrir para novas amizades.


Dica legal, né?
Bom ano letivo a todos!!! 


Créditos: Crescer. 

Por que a rotina é essencial na Educação Infantil?



Em 2014, fiz um estágio em um jardim de infância Montessori – e, durante aqueles meses, pude entender como a rotina é essencial tanto para o aprendizado quanto para o desenvolvimento da autonomia das crianças. Todos os dias, ao chegar na escola, elas guardavam suas mochilas (que eram instruídas a carregar por conta própria, sem auxílio dos pais ou babás) e iam para a “Sala Grande”. Às oito da manhã, uma das professoras chamava a atenção da criançada com uma música; então, após dois ou três minutos de danças e cantorias, era hora de sentar em círculo e começar a primeira atividade daquela manhã.
As crianças montavam o calendário (um enorme cartaz de EVA em formato de trenzinho com espaço para o dia, mês, ano e dia da semana) e conferiam como estava o clima lá fora. Isso enquanto revisavam os meses do ano e os dias da semana através de cantigas. Enfim, era hora de conversar sobre o tópico da semana, que podia ser alimentação saudável, um festival que estivesse acontecendo na cidade ou mesmo algo sugerido pelos alunos, como “aviões”. Nesse momento, eles podiam levantar a mão para falar, contar suas histórias e fazer perguntas, o que gerava uma interação muito rica entre crianças de 2 a 7 anos. Finalmente, todos eram dispensados para ir, junto aos seus professores, realizar as atividades pertinentes a cada classe.
Essa rotina pode não ser a mesma realizada na sua escola – e nem as rotinas escolares na Educação Infantil deveriam ser todas iguais. Se as crianças rezam, cantam, conversam ou escutam uma história deve ser definido por cada equipe pedagógica. O importante é que haja uma rotina, uma ordem a ser seguida.

Por que a rotina é importante?

A rotina proporciona uma sensação de segurança. Mesmo em casa, a criança exposta a uma rotina fica mais tranquila porque sabe o que acontecerá em seguida. Na escola, um ambiente em que ela naturalmente se sente menos protegida, que costuma ser o primeiro local de socialização fora da família, isso é ainda mais urgente.
Quando sua turma entende que, após a hora da história, todos irão cochilar e que, depois do cochilo, chega o momento de usar os lápis de cor, a ansiedade diminui. Ela se sente no controle da situação. Cultive essa noção de segurança repetindo comportamentos e expressões sempre nos mesmos momentos – como sempre começar o dia dizendo “Bom dia, amiguinho, como vai?” ou ir ao banheiro após falar “Hora de lavar as mãos com bastante sabão”, fazendo o gesto de esfregar as mãos uma na outra.
Como consequência, a rotina ajuda no desenvolvimento da autonomia das crianças na Educação Infantil. Afinal, elas passam a conhecer os espaços, trajetos e atividades realizadas, sentindo-se mais confortáveis em agir com independência: guardando brinquedos ou materiais na prateleira, porque eles sempre estão lá, ou buscando a lancheira após entregar o desenho para a professora, já que elas sempre vão para o refeitório após a aula de artes.
Conforme a classe for se familiarizando com essa organização, o professor deve dar mais espaço para a autonomia, deixando, por exemplo, que as próprias crianças organizem uma fila ou escovem os dentes sem ajuda.



Todos os momentos devem ser programados?

De certa forma, sim. Isso não significa, porém, que os professores e funcionários precisem controlar tudo o que as crianças fazem durante o período escolar, mas sim que devem ter locais e atividades planejados para cada momento.
Pense no seguinte: em uma turma de Educação Infantil com 20 crianças, nem todas sentirão sono na mesma hora. Caso uma ou duas se recusem a dormir, o professor não pode ser pego de surpresa – o ideal é ter uma área com livros e gibis, brinquedos ou outros materiais que elas possam utilizar até que o resto da turma acorde. Você não precisa elaborar uma atividade orientada, apenas providenciar a supervisão adequada tanto dos que estão tirando uma soneca quanto dos que estão brincando.
Uma boa programação deve incluir um momento de chegada, com boas vindas às crianças (como a construção do calendário que vimos acima), atividades dirigidas (aquelas que têm maior orientação do professor, com objetivos de aprendizado definidos previamente), atividades livres (mas sempre em um espaço delimitado e com supervisão) e momentos de cuidado pessoal (fazer o lanche, lavar as mãos e escovar os dentes, colocar os sapatos antes de ir para casa, etc.) e encerramento.
É importante que a turma entenda que não precisa chorar para sair do playground, porque vai voltar no dia seguinte, que não precisa ter medo ao ser deixado na escola, porque os pais sempre a buscam ao fim da rotina, e assim por diante.



Excesso de atividades pode sobrecarregar as crianças

A grande variedade de atividades disponíveis fora do horário regular de aulas pode levar a uma interpretação equivocada por parte das famílias - a de que crianças e adolescentes necessitam do maior número possível de tarefas extraclasse para se desenvolverem de forma plena. Às vezes, inclusive, os filhos estão sobrecarregados, e ninguém percebe. Cansaço contínuo e dificuldades na escola podem ser efeitos indesejados desse excesso de responsabilidades.
 

 Para Denise Arina Francisco, professora do curso de Pedagogia da Universidade Feevale e orientadora educacional na rede municipal de ensino, os pais devem, em primeiro lugar, conversar com os filhos para conhecer seus desejos e preferências. A partir daí, é possível chegar a uma decisão com base em mais fatores:

— Os pais também devem observar as áreas que possivelmente se relacionam às características dos filhos. Assistir algumas aulas para conhecer melhor a proposta do curso também é válido — aponta.


Confira outras dicas da professora:
– A imposição não é a maneira mais adequada de convencimento. A argumentação, aliada ao gosto da criança ou do adolescente, oportuniza uma decisão em comum acordo.

– Necessidades específicas, como a realização de um esporte caso o filho seja sedentário, exigem medidas mais enérgicas. Fazer algum tipo de atividade coletiva quando ele apresenta dificuldade de socialização contribui para o desenvolvimento.

– Para crianças em idade de Educação Infantil, é preciso buscar atividades voltadas à ludicidade, aprendizagem de uma segunda língua, recreação, arte, música, dança.

– No Ensino Fundamental, deve-se priorizar atividades relacionadas a esportes (em suas diversas modalidades), línguas estrangeiras, informática.

– No Ensino Médio, é importante privilegiar atividades que proporcionem relaxamento, principalmente quando o adolescente está em fase de preparação para concursos vestibulares. Nesse caso, dança, yoga e atividades afins ajudam, inclusive, na concentração nos estudos.

– Se a criança ou o adolescente quer desistir ou se recusa a fazer alguma atividade, deve-se tomar algumas medidas: verificar se ele está sendo sobrecarregado durante a jornada semanal; conversar sobre o motivo do desinteresse; comparecer à instituição para conversar com o coordenador da atividade.

– Encontrar a dose certa de tarefas extracurriculares pode levar um tempo, mas os pais devem sempre ter em mente que as atividades devem contribuir para o desenvolvimento e não ser um fardo para os filhos. 

Doze dicas para serem Pais educadores


1 - Dê o exemplo

Se você quer que seu filho seja gentil, responsável e carinhoso, deve dar o exemplo. As crianças tomam os pais como modelo e tendem a imitar seus comportamentos. É muito mais importante não mentir, exercitar-se e comer adequadamente do que dizer para a criança que ela não deve mentir, que deve se exercitar e que precisa comer determinados alimentos. Se você deseja que ela se interesse por leitura, leia diante dela e leia para ela. “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” não funciona com crianças. Lembre-se de rir com a criança, mas nunca ria dela, porque isso é desrespeitoso. Brincadeira é quando todos se divertem. Se apenas um ri, é agressão. Configura desrespeito. E a criança só constrói o respeito pelo outro se ela própria é respeitada.

2 - Não negocie o inegociável

As crianças tendem a pedir tudo o que veem. Mesmo que você tenha poder aquisitivo, aprenda a dizer não e a limitar os mimos. Isso dará a seu filho a noção de que as coisas não caem do céu e de que tudo vem com esforço. Deixe claro que o importante não é ter coisas, mas estar cercado de pessoas a quem se ama. Em algumas situações, é possível negociar com seu filho. Se ele não quer ir embora da praça e você pode esperar mais um pouco, não há problema em combinar uma prorrogação de 15 minutos ou de meia hora na brincadeira. Tenha cuidado com prometer presentes em troca de comportamentos desejados. A criança precisa saber que nem sempre vai ganhar um prêmio pelo que fizer. É preciso ensinar que as atitudes têm valor em si, para que elas não se transformem em uma mera relação de troca.

3 - Critique os atos, não a criança

Se a criança tem uma atitude condenável, diga que você não gostou do que ela fez. Mas não denigra seu filho. Se você atacá-lo e criticálo – chamando-o de burro, de malvado, de preguiçoso ou de qualquer outra coisa negativa –, ele poderá construir a personalidade em torno dessas características e se tornar inseguro. O certo é dizer que a ação dele é condenável e incompatível com a pessoa elogiável que ele é.

4 - Seja firme e coerente

Deixe as regras bem claras. Nada pode ficar subentendido. Não é suficiente dizer para a criança se comportar. Isso é abstrato demais para ela. Diga quais comportamentos são esperados e quais são reprovados. Os pais precisam ser enfáticos e coerentes em relação ao que pode e o que não pode, explicando sempre o porquê. Devem ser fornecidas explicações que a criança seja capaz de entender, e não palestras ou discursos. Nada de papo-cabeça com criança. A lógica infantil precisa ser respeitada.
Converse muito e abra espaço para que a criança fale. O diálogo é fundamental no dia a dia. Conversar e ouvir é mostrar interesse, o que significa que a criança se sente respeitada e aprende a também respeitar. Não se pode esperar a adolescência para começar a conversar. A comunicação se constrói no tempo e por isso deve ser iniciada cedo. O diálogo ajuda a entender os problemas das crianças.

5 - Limite o tempo de TV e de internet

Computador e internet se tornam prejudiciais quando roubam tempo de outras atividades necessárias ou desejáveis. Uma a duas horas de TV por dia estão dentro do razoável. A criança precisa de outros tipos de estímulo e de contato com a natureza. No caso da internet, não subestime os perigos. Mantenha o computador em um local onde possa vigiá-la e acompanhe de muito perto o que seu filho põe na rede e com quem se relaciona. As tecnologias têm importância na educação das crianças, mas
é necessário cuidado com os excessos.

6 - Estabeleça horários

Acordar, comer, dormir – tudo tem de ter horário. A rotina ajuda a criança, principalmente a de menos idade, a organizar seu pensamento e a educa para seguir regras. Falta de rotina, pelo contrário, desorienta. Uma criança não tem condições de decidir que precisa ir dormir porque no dia seguinte terá de acordar certo por causa da escola. A organização deve ser de um adulto. Isso
prepara o terreno para ela própria aprender a se organizar.

7 - Não tenha medo de castigar

Com pouco tempo para ficar com os filhos, por causa do trabalho, os pais tendem a se sentir culpados na hora de dizer não e de castigar. Por esse motivo, acabam falhando em estabelecer limites. É preciso saber que em muitos casos se deve frustar o desejo das crianças – mas com carinho e respeito. Lembre-se que a criança lê a falha do pai em dar limites como falta de afeto.
Se é permitido a ela fazer tudo, entenderá que o adulto não se importa e não a ama. Primeiro, explique. Se a criança persistir agindo mal, pode ser o caso de castigar. Mas o castigo deve estar vinculado à coisa feita. Se ela riscou a parede, o castigo será limpar a parede. Assim ela aprende que fazer certas coisas tem um preço. O castigo não deve ser arbitrário, como deixar sem ver TV porque riscou a parede.

8 - Elogie o bom comportamento

Quando a criança fizer algo de bom, não poupe adjetivos. Elogie efusivamente e mostre sua satisfação. As crianças aprendem a repetir os comportamentos que são valorizados pelos pais. Não espere por grandes conquistas, que às vezes são difíceis de alcançar, para elogiar. Valorize as pequenas vitórias do dia a dia. Mesmo que seu filho não tenha obtida um 10, celebre o fato de ele ter melhorado o desempenho em uma disciplina na qual estava mal. Isso serve de estímulo.

9 - Aproveite o tempo juntos

Os pais se ressentem de longas jornadas de trabalho, que impedem um contato prolongado com seus filhos. Mas esteja atento ao fato de que passar o dia inteiro com a criança não é melhor do que passar pouco tempo, mas de forma correta. O que você deve fazer é dedicar, todos os dias, uma hora para ela – e apenas para ela. Desligue o celular, dê toda a sua atenção e faça algo em parceria: veja um filme abraçado, monte um quebra-cabeças, conte um história. Isso mostra que você valoriza seu filho. Ele precisa sentir esse carinho todos os dias. Depois disso, a criança vai se sentir gratificada e deixará tempo para você resolver outras questões.

10 - Seja presente na escola

Procure levar e buscar seu filho na escola, pelo menos algumas vezes por semana, converse com os professores e compareça às reuniões. Olhe sempre os cadernos das crianças e pergunte sobre as aulas. Se você não der atenção à vida escolar dela, a mensagem que você passa é de que isso
não é importante.

11 - Dê tarefas domésticas

A partir do momento em que seu filho aprende a caminhar, pode começar a assumir algumas pequenas tarefas, como guardar os brinquedos. Com o tempo, pode ir colaborando de outras formas, como arrumar a mesa das refeições ou ajudar com a louça. Além de educar, essa participação nos afazeres domésticos deixam a criança feliz, porque ela se sente participante.


12 - Favoreça a formação cultural



Desde cedo, leve a criança a teatros, cinemas, livrarias, museus e galerias de arte. Isso vai fazê-la refletir e vai deixá-la familiarizada com a riqueza do mundo das artes.

A importância da educação infantil no processo de alfabetização

Desde a entrada da mulher no mercado de trabalho em igualdade com os homens que diversas mudanças ocorreram em nossa sociedade. Houve o surgimento das creches e da educação infantil e consequentemente as crianças passaram a conviver em sociedade muito mais cedo do que em outros tempos, assim como foram estimuladas e inseridas no contexto educacional mais precocemente. Fica então a pergunta: até que ponto este movimento é bom para as crianças?

Sabemos que o excesso de estímulos, pode ter consequências catastróficas em sua vida. Ela pode perder o interesse pelos estudos, achar ruim estar na escola ou até mesmo ficar deprimida, cansada, irritada ou estressada. Por isso, pensar a educação infantil como uma preparação para alfabetização é reduzir seu alcance e seus efeitos. Nesta fase da vida, do zero aos cinco anos, uma criança está em plena transformação e construção de suas potencialidades. É nesta fase que sua personalidade adquire marcas importantes, bem como conviver com os amigos, professores e demais pessoas são construídos. É onde também acontecem os trabalhos dos pré-requisitos importantes para que a alfabetização aconteça.
No Berçário, damos início ao trabalho da percepção auditiva, visual e tátil da criança. São importantes os estímulos musicais, as conversas e os carinhos assim como os estímulos móveis onde o bebê possa brincar tais habilidades. A observação de um objeto e o treinamento de seus movimentos para alcançar esse objeto são exemplos práticos desse trabalho.
No Maternal, esses trabalhos de percepção visual, auditivo e tátil se intensificam e, aliado isso, dá-se início ao trabalho de coordenação motora ampla, chegando ao de coordenação motora fina. A ampliação de vocabulário, que o fará um bom escritor, o trabalho com regras e rotina que facilitam o entendimento futuro das regras da alfabetização, a lateralidade e situações práticas que desenvolvam a lógica matemática.
A partir dos quatro anos, o trabalho com a criança se direciona para um caminho mais próximo do letramento. São desenvolvidas atividades práticas onde a criança constrói a quantificação dos símbolos numéricos e onde ela tem acesso à leitura de diferentes símbolos. A criança nessa idade não tem que fazer cópias! Sua escrita deve ser espontânea onde ela utiliza o espaço e a ordem das letras de acordo com a fase da escrita em que ela se encontra (com base no trabalho de Emília Ferreiro).
É muito importante salientar que é na educação infantil que a criança vivencia sua aprendizagem. Sem essa vivência, sua capacidade de abstração fica bastante reduzida. É por meio do trabalho concreto de construção dos diferentes saberes que a criança terá a capacidade de abstrair seu pensamento nas atividades do ensino fundamental.
A criança não tem que trabalhar somente as letras e os números, isto é uma consequência de um trabalho maior onde há ética, os valores humanos, a preservação ambiental, o aprender a resolver conflitos, internalizar as regras, enfim, conhecer o mundo e aprender a fazer parte dele a partir de sua singularidade. São estas as diretrizes que norteiam os nossos trabalhos, assim como o que é priorizado na educação infantil, pois o trabalho do educador não pode estar engessado num currículo programático fechado e sim aberto ao novo e ao acompanhamento das descobertas de cada criança.a

O desenvolvimento da criatividade no brincar

Com a rotina atarefada nós adultos precisamos estar atentos para garantir que as crianças tenham um espaço de brincadeira, pois é brincando que as crianças se conhecem no mundo e tem a oportunidade de lidar com suas vivências. Esta uma atividade rica com sentido pleno. Para que o brincar ocorra é preciso de tempo e espaço para que se possa criar a brincadeira.



Hoje em dia para além do tempo corrido de todos os dias, muitas das brincadeiras acabam sendo condicionadas pelos estímulos externos das tecnologias. Este é um brincar pronto que limita as possibilidades do desabrochar da criatividade.  O brinquedo brinca pela criança tirando a possibilidade de ela viver este modo de ser da brincadeira que é livre e que não tem direção pré-determinada. Deste modo, as crianças se tornam menos protagonistas e criativas nas brincadeiras ocupando um papel de receptora de uma cultura feita para as crianças e não pelas crianças. Este tipo de brincar pronto já esta garantido no nosso modo de viver hoje, por isso precisamos garantir uma outra qualidade do brincar na qual as crianças possam criar.

 
O brincar que aqui sugiro já começa na montagem da brincadeira: preparar o espaço, criar o enredo, decidir quais serão as personagens, etc. O brincar e o processo criativo vem juntos, ambos como linguagens espontâneas tão importantes para o adulto e para a criança. No brincar com brinquedos não estruturados (como corda, caixas de papelão, caixotes de madeiras, toco de árvore, sucatas, etc.)  garantimos que a criança exerça sua criatividade. Quanto menos o brinquedo já estiver pronto mais protagonista as crianças serão em suas brincadeiras, e logo mais criativas. As possibilidades se ampliam no imaginário infantil quando não limitamos suas brincadeiras e o brincar como atividade plena pode ter o seu ciclo completo, da criação até a execução, no qual tocos de árvore podem ser pontes que balançam em cima de jacarés; os carrinhos podem se transformar conforme o decorrer da brincadeira; ou até na invenção de coletores de chuva para tempos de crise hidráulica.

Como despertar uma consciência ecológica nas nossas crianças, nos nossos filhos?

Como despertar uma consciência ecológica nas nossas crianças, nos nossos filhos? Abaixo vão algumas dicas:
 - Em primeiro lugar, dando exemplo dentro de casa, quanto à economia de energia, água, papel, evitando toda forma de desperdício.
- Quando forem passear com eles, levar sempre sacos de lixo, e não jogar lixo em qualquer lugar.
- Se morarem em prédios, condomínios, realizarem gincanas de limpeza, dando às crianças essa responsabilidade, munindo-as de luvas, sacos de lixo e premiação quanto à limpeza. Crianças gostam de responsabilidades e desafios.
- Verificar se na escola do seu filho, são desenvolvidos projetos ambientais e consciência ecológica. Caso não haja esse tipo de ação, sugerir e se engajar no projeto.
- Locar filmes que tenham como foco a preservação do meio ambiente.
- Incluir na leitura dos seus pequenos livros que incentivam a preservação do meio ambiente.
Entrando no site www.canalkids.com.br/meioambiente, as crianças são levadas a pensar de maneira divertida e numa linguagem acessível nos problemas ambientais e até se inscreverem para fazerem parte do canalkids club.
Se realmente queremos deixar um mundo melhor para nossos filhos, a melhor coisa a fazermos é formar nas nossas crianças uma consciência ecológica desde cedo. Nosso planeta agradece.